Chuvas torrenciais mantiveram grande parte do Rio Grande do Sul debaixo d’água por mais de um mês, transformando milhares de pessoas em náufragos de sua própria terra. Segundo Dyogo Oliveira, presidente da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), as enchentes foram o evento de maior impacto na história do setor de seguros brasileiro. Até 18 de junho, os pedidos de indenização no estado já somavam R$ 3,885 bilhões, com grandes riscos empresariais liderando as solicitações, seguidos pelo setor de veículos. O prejuízo total projetado pelo governo estadual é de R$ 62 bilhões, enquanto a Federasul estima R$ 110 bilhões, podendo o custo final para o setor de seguros variar entre R$ 6 bilhões e R$ 11 bilhões.
Pedro Farme, CEO da corretora de resseguros Guy Carpenter, acredita que a catástrofe aumentará o interesse por seguros, mitigando o impacto financeiro das indenizações. A Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Rio Grande do Sul mostra que 85% das empresas atingidas não tinham seguro, indicando um potencial de crescimento para o setor. A CNseg orientou as seguradoras a estenderem prazos de apólices e acelerarem pagamentos de indenizações, com alguns sendo feitos em dois dias, conforme relatou Ricardo Pansera, da Fenacor. Executivos da Porto Serviço e HDI concordam que as enchentes tiveram uma dimensão inédita no Brasil.
Opinião: Oportunidades e Desafios Pós Catástrofe no Mercado de Seguros
As enchentes no Rio Grande do Sul destacam a importância de um sistema de seguros robusto e resiliente. Para os corretores, há uma oportunidade significativa de aumentar a conscientização sobre a importância do seguro, especialmente em regiões propensas a desastres naturais. A baixa penetração do seguro no setor produtivo gaúcho indica um mercado potencialmente vasto e inexplorado. O evento também reforça a necessidade de políticas que incentivem a contratação de seguros e a preparação para futuras catástrofes, garantindo que mais empresas e indivíduos estejam protegidos contra perdas devastadoras.